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sábado, 12 de março de 2011

Modelo CAPM

Modelo CAPM - Resumão de Pesquisa

            Carteiras eficientes são aquelas que apresentam um menor risco e um maior retorno. O estudo da eficiência de mercado ganha importância na década de 1950, quando MARKOWITS (1952) publica o artigo “Portfolio Selection” no The Journal of Finance, iniciando o estudo acerca do risco inerente ao mercado de capitais e sua mensuração. A partir daí foram realizados vários estudos com o objetivo tornar as decisões de investimento cientificas.  Assim, em 1964, SHARPE desenvolveu o Capital Asset Pricing Theory (CAPM), buscando atribuir um preço justo a um ativo, dado certo risco e alguns fatores condicionantes. O Modelo de Precificação de Ativos é considerado teoricamente uma das melhores alternativas para a apuração da taxa de retorno requerida pelos investidores.
            MARKOWITZ desenvolveu um modelo no qual é possível identificar um conjunto de carteiras que proporciona ao investidor o maior retorno a um dado nível de risco, ou de maneira análoga, o menor risco dado um determinado retorno. A análise dessa relação entre risco e retorno leva à determinação de uma chamada fronteira eficiente, na qual um investidor que se preocupa apenas com esta relação deverá limitar sua escolha. Na sua visão, as informações que são importantes a cerca de um ativo podem ser dadas através de três medidas:

·         A média de seus retornos;
·         O desvio padrão de seus retornos;
·         E sua correlação com o retorno de outros ativos.

            Mas essa técnica de diversificação proposta por Markowitz promove apenas a redução do risco especifico da carteira. Foi então que Sharpe (1964) apresentou um modelo onde as ações apresentam co-movimentos com o mercado. Em seu modelo, Sharpe supõe que,

Os retornos dos títulos são linearmente relacionados às flutuações de um índice de mercado amplo com um grau conhecido de sensibilidade e, adicionalmente, retornos específicos dos títulos são gerados com uma média e uma variância conhecidas. Com apenas três parâmetros por título, as tarefas de medir o risco e otimizar a carteira eram fortemente simplificadas (NEVES, 2003, p. 8).


            Onde essa relação entre o retorno dos títulos e as flutuações de mercado ficou conhecida como risco sistêmico, sendo, portanto, adicionado ao risco específico da carteira. Portanto, o risco total de um ativo é igual ao risco sistêmico somado ao seu risco especifico. Para Sharpe et al. (1995), o risco total de um ativo ou de uma carteira é o resultado da combinação do risco não-diversificável ou sistemático com o risco diversificável ou não sistemático.
          Nos anos 1960, William Sharpe e John Lintner provaram matematicamente que em uma dada situação de equilíbrio, existe   uma relação linear entre o excesso de retorno de um investimento e o excesso de retorno do mercado como um todo. Assim, O princípio matemático básico da teoria CAPM é de que o comportamento (rendimentos) de cada ativo varia de acordo com o mercado e, portanto, ativos de maior covariância com os rendimentos do mercado são os mais arriscados, onde a relação quantitativa deste comportamento indexado é representada pelo valor do beta (risco sistêmico). 
Na teoria de carteira de Markowitz e o CAPM, uma suposição básica é que os investidores tomam decisões de forma racional, ou seja, os investidores preferem o máximo de retorno para um determinado nível de risco, de modo que a ação com a maior relação entre retorno e risco (índice Sharpe) será a escolhida para o investimento.
            Supõe também que os rendimentos do mercado possuem distribuições normais, ou seja, simétricas abaixo e acima da média. Caso dois ativos possuam a mesma distribuição normal, a caracterização das ações pode ser feita com base apenas nos desvios padrões e médias dos rendimentos, os quais, nesse caso, seriam iguais. Essa simplificação feita por Sharpe (1964), Lintner (1965) e Mossim (1963), não corresponde ao comportamento estatístico do mercado acionário, uma vez que o mesmo não segue distribuições normais, apresentando, em grande maioria dos casos, valores significativos de curtose e assimetria. Além da crítica de simplificação matemática, outro grande ponto de atrito entre a abstração de Markowitz e do CAPM com os estudos atuais é o fato de que grande maioria dos investidores está longe de tomar decisões baseadas em análise racional das alternativas financeiras.
Corrêa (1997, p. 55) conclui que o CAPM, como teoria, mostra que o prêmio pelo risco assumido, na verdade, não depende de seu risco total, ou mesmo de seu risco individual, mas sim de sua relação com o mercado, já que este sustenta todo o agregado de riscos proporcionados por todos os ativos existentes.
            Sobre a importância do CAPM para o mercado financeiro Assaf Neto (2007) explana:

O CAPM é bastante utilizado nas várias operações do mercado de capitais, participando do processo de avaliação de tomada de decisões em condições de risco. Por meio dele, é possível também apurar-se a taxa de retorno requerida pelos investidores. O coeficiente beta, medida obtida do modelo, indica o incremento necessário no retorno de um ativo de forma a remunerar adequadamente seu risco sistemático.


 Hipóteses do modelo CAPM

Para o desenvolvimento do CAPM, de acordo com COPELAND E WESTON (1988), foi necessário definir algumas hipóteses:

1. Os investidores são indivíduos avessos a risco e maximizam a utilidade esperada de sua riqueza a cada fim de período.
2. Os investidores são tomadores de preço e têm expectativas homogêneas sobre os retornos dos ativos, os quais assumem uma distribuição normal.
3. Existe um ativo livre de risco que os investidores podem tomar emprestado ou emprestar quantias ilimitadas à taxa livre de risco.
4. As quantidades de ativos são fixas. Além disso, todos os ativos são negociáveis e perfeitamente divisíveis.
5. Os mercados de ativos são sem conflitos entre os agentes e as informações não têm
custo e estão disponíveis de forma idêntica para todos os investidores. Nenhum investidor apresenta acesso privilegiado às informações.
6. Não existem imperfeições de mercado tais como impostos, regulamentações ou restrições sobre venda a descoberto, isto é, não possui custos de transação.

Limitações do CAPM

Gitman (2001) alerta que o modelo se baseia em dados históricos que podem ou não refletir na variabilidade futura do retorno. O CAPM é baseado em um mercado eficiente, presumido em que há muitos pequenos investidores, cada um com a mesma informação e expectativas e nenhuma restrição com relação ao título, a imposto e a custo de transação, bem como investidores racionais que são avessos ao risco, preferindo os títulos de maior retorno e risco menor.
Segundo Bodie, Kane e Marcus (2000, p. 220), “[...] o CAPM simplifica o mundo real na sua busca de uma solução maleável. A sua aplicabilidade no mundo real depende do grau de exatidão de suas previsões.”
Bodie, Kane e Marcus (2000) ainda acrescentam que esse modelo depende da carteira teórica de mercado. Inclui todos os ativos constituintes do mercado de risco (como imóveis, ações, etc), originando uma impossibilidade de obtenção de valor de mercado de certos investimentos, lida com retornos esperados, e não o retorno real, tendo de transformá-lo em índices, usando retornos realizados para implantá-lo em algumas situações de previsão.
Tambosi Filho (2003) fala que o modelo CAPM é demasiadamente simplificado para representar a realidade e, ainda, considera que o investidor toma sua decisão de investimento para um único período de tempo, sendo que a realidade é dinâmica e os indivíduos aplicam em muitos períodos, buscando sempre maiores retornos e menores riscos.

OBS: Fontes Variadas, encontradas na internet.

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