Páginas

Pesquise No Blog

sexta-feira, 18 de março de 2011

Japão pode fazer economia mundial crescer menos, avalia Itaú-Unibanco

qui, 17/03/11 por Thais.Herédia do G1

Desde o início da semana bancos, fundos de investimentos, agências de classificação de risco, entre outros agentes do mercado financeiro, estão tentando mensurar os impactos que o terremoto do Japão podem causar no resto do mundo.
Ainda cautelosos, muitos consideram que é preciso mais tempo para saber a dimensão dos estragos e do risco nuclear, que a cada dia toma nova proporção.
Numa nota aos clientes do banco, o Itaú-Unibanco já se arrisca mais ao afirmar que “o terremoto seguido pelo tsunami que atingiu o Japão na última sexta-feira, pode afetar a atividade econômica global por diversos canais. Embora individualmente esses canais tenham impacto pequeno no crescimento mundial, juntos podem ter um efeito maior, o que eleva a incerteza sobre a expansão da atividade global este ano”.
A nota preparada pelos economistas do banco aponta como um canal importante para este cenário o efeito direto que um menor crescimento da economia japonesa  pode transmitir via comércio e bens de serviços para outras economias da região. “Um outro canal é a dificuldade de mensurar o tamanho do estrago já ocorrido e o risco radioativo, que podem contaminar as expectativas, trazendo uma onda de aversão ao risco que se transmite ao resto da economia global.”
O Itaú-Unibanco reconhece que aumentou a probabilidade de um “cenário alternativo” em que a expansão global seja mais lenta do que a esperada atualmente, entre 4,2% e 4,4%. “No mínimo, é legítimo antecipar algum aumento da volatilidade no crescimento global”.
Falando especificamente sobre o Brasil, a nota afirma que “a crise japonesa pode afetar a perspectiva de inflação (e, consequentemente, as decisões de política monetária) no Brasil por dois canais principais: impactos na atividade econômica e movimentos dos preços das commodities”.
O impacto sobre a atividade econômica pode acontecer via comércio exterior, apesar da balança comercial entre Brasil e Japão ser menos relevante. Mas, para os economistas do banco, podemos passar por um período de medo e aversão ao risco parecido com o que vivemos em 2008, mas com diferenças fundamentais. “O segundo [canal de impacto] pode ser maior, como no caso Lehman Brothers. No entanto, algumas diferenças desta vez: não há (ou parece haver) risco financeiro sistêmico, o epicentro da crise é menos relevante ao Brasil e a economia brasileira está menos exposta à alavancagem financeira”, conclui a nota.
Num relatório enviado aos clientes no exterior, o Citibank chamou de “Custo da Incerteza” o movimento de baixa das bolsas de valores do mundo todo.. Os analistas do banco acreditam que a volatilidade dos mercados vai continuar enquanto o nível de incerteza sobre as soluções a serem adotadas continuar em alta, o que deve durar ainda algumas semanas. O relatório ressalva que é difícil prever o “macro-impacto” que a tragédia pode causar na economia americana e mais ainda na economia de um outro país, o que pode ser também especulação.
No relatório do Citibank há um ponto que chama atenção. O banco elegeu cinco grandes e trágicos desastres naturais ocorridos no mundo:
1) Three Mile Island 2) Chernobyl 3) Terremoto de Kobe 4)Tsunami no Oceano Indico, 5) Furacão Katrina.

E afirma que todos eles têm uma coisa em comum: “Eles não precederam uma recessão [econômica] nem dos Estados Unidos, nem global.”
Enquanto o mundo observa o que acontece, os mercados continuarão pagando o “preço da incerteza” e os japoneses, o custo da tragédia e do sofrimento. Para esse, não há medida ou projeções.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...